Carlos Drummond de Andrade

Lutar com palavras é a luta mais vã, entanto lutamos mal rompe a manhã.

Há livros escritos para evitar espaços vazios na estante.

As obras-primas devem ter sido geradas por acaso; a produção voluntária não vai além da mediocridade.

Cem máximas que resumissem a sabedoria universal tornariam dispensáveis os livros.

A leitura é uma fonte inesgotável de prazer mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede.

É menor pecado elogiar um mau livro sem o ler, do que depois de o ter lido. Por isso, agradeço imediatamente depois de receber o volume. Não há vida literária plenamente virtuosa.

Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira.

Quem gosta de escrever cartas para os jornais não deve ter namorada.

As academias coroam com igual zelo o talento e a ausência dele.

Perder tempo em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes.


Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) foi funcionário público e poeta modernista mineiro.

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