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Mostrando postagens de novembro, 2008

O filho eterno, de Cristovão Tezza

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Há duas maneiras de se ler um livro. A primeira é pelo conteúdo, aquilo que existe só entre as capas, não importando quem seja o autor ou o título da obra, onde o leitor simplesmente é levado pela história em si e pelo jeito como é contada. A outra maneira é usar e abusar do material extra livro, analisando, por exemplo, o contexto em que foi escrito, a vida e outras obras do escritor, as críticas, resenhas e prêmios conquistados, bem como as fontes de inspiração. Em O filho eterno , livro de Cristovão Tezza, pode-se chegar a duas conclusões, dependendo da leitura escolhida. Veja o porquê. Se você ler O filho eterno como um romance, deve ser porque verificou na catalogação do livro que ele aparece como “romance brasileiro” e, portanto, deve ser lido como um romance, uma ficção, mesmo que baseado em fatos reais. A ficção geralmente tem as pretensões de argumentar sobre pontos de vista comuns (ou incomuns), de educar, entreter, emocionar e fazer pensar. Mas o principal – e talvez vital

Batismo

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Em 28/11/2008, completei o desafio do NaNoWriMo 2008 , contabilizando 50.216 palavras em um romance. Posso dizer que, apesar de xingar os organizadores até cansar por terem escolhido o PIOR MÊS DO ANO para se escrever um romance, eu vi, vim e venci. Agora sou um escritor. Não um que ganha dinheiro com o que escreve, ou que tenha legiões de fãs, mas um que tem o essencial: um livro inteiro escrito. Mesmo com o texto Bodas de Papel para o Duelo de Escritores para o dia 6, primeiro capítulo da monografia para o dia 11 e revisão do projeto para o dia 22, estréia da coluna Palavras Mal Ditas no OPS! com artigos para os dias 15 e 30, texto final da bolsa-pesquisador do PBIC para o dia 17, provas finais do semestre até 5/12 e manter a regularidade do blogue para não criar teias de aranha, posso afirmar que sim, é possível escrever um romance em 30 dias, se você não parar para respirar. Mesmo que você não more sozinho em uma cabana na montanha. Mesmo que o telefone, email e MSN não parem de

Versos Simples, de Chimarruts

Versos Simples Chimarruts Composição: Sander Fróis Sabe, já faz tempo, Que eu queria te falar Das coisas que trago no peito Saudade, Já não sei se é a palavra certa para usar Ainda lembro do seu jeito Não te trago ouro, Porque ele não entra no céu E nenhuma riqueza deste mundo Não te trago flores, Porque elas secam e caem ao chão Te trago os meus versos simples, Mas que fiz de coração. Sabe, já faz tempo, Que eu queria te falar Das coisas que trago no peito Saudade, Já não sei se é a palavra certa para usar Ainda lembro do seu jeito Não te trago ouro, Porque ele não entra no céu E nenhuma riqueza deste mundo Não te trago flores, Porque elas secam e caem ao chão "te trago" os meus versos simples, Mas que fiz de coração. Uuuh, yeaah aah

Trocando livros pela internet

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Recentemente descobri mais um site essencial para os aficcionados em livros. Antes, já havia dado a dica do site brasileiro Estante Virtual , local onde você pode vender e comprar livros usados por um bom preço e que reúne muitos sebos espalhados pelo Brasil. Agora, descobri no blogue Livros e Afins a dica do site, também brasileiro, TrocandoLivros que, como o nome diz, é um site para a troca dos livros que você não quer mais por algum que seja de seu interesse. Assim com na Estante Virtual, o Trocando Livros não cobra taxa alguma pelo serviço, só as despesas de envio correm por sua conta. O sistema funciona da seguinte forma: primeiro, você cadastra os seus livros usados no site, depois aguarda alguém solicitá-los. Quando isso é feito, você pode confirmar ou recusar o envio do livro e, confirmando, terá de informar o código de rastreamento dos Correios no site. Logo após, você recebe automaticamente um crédito para gastar em qualquer livro cadastrado no site. Até agora, já troquei 4

A verdade conveniente de cada dia

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Minha rápida contribuição com o tema CINISMO no Duelo de Escritores da semana. Depois do Nano e das provas, volto a elaborar algo mais longo. O que o senhor tem a dizer do novo viaduto construído pelo governo federal? Nossinhora, é bom demais da conta, sô. Mas eu gostaria que o senhor dissesse, para todos os que estão nos assistindo neste momento, quais problemas o novo viaduto solucionou e se, além disso, ele trouxe alguma vantagem, em particular, para o seu bem-estar. Craro que ele resorveu os meu probrema, moça. Antis, eu não tinha casa, agora eu moro mais a Maria e us mininu ali ó, imbajo daquele vão. Antes nóis ficava no relento, peganu chuva e sor, agora não, agora u guverno resorveu nossus probrema di vêizi. Corta, Marcão. Não vai dar para usar isso, o pessoal da edição vai me trucidar. Não tem algum morador da região que esteja simplesmente passando por aqui? Aquela senhora lá, por exemplo... Ei, senhora... puf... puf... puf... pronto, Marcão? O que a senhora tem a dizer do no

Sexo e amor: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra

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Você não leu, mas seu horóscopo hoje dizia: " Tome cuidado: o ideal seria que sexo e amor sempre viessem na mesma embalagem. Mas não. São produtos vendidos em lojas diferentes. Por isso, nunca vincule sexo e amor. Sexo é uma necessidade do corpo, um instinto animal, primitivo. Amor é um ideal da alma, um objetivo a ser alcançado todo dia, o dia todo, por toda a vida. Se você pensar que sexo e amor andam, obrigatoriamente, juntos, acabará querendo transar somente com quem ama e quando estiver amando, ou então, caindo de amores pela pessoa com quem transar. Tá certo que existem exceções, mas em geral, o primeiro caminho vai gerar desejos insatisfeitos, culpas e conflitos internos em sua cabecinha, e o segundo fará com que você escolha a pessoa errada como companheira, por motivos tão fúteis e frágeis, que terminarão como um orgasmo. Você passará, somando toda a sua vida, cerca de 120 dias transando (ininterruptamente!), mas os dias que passará amando são incomensuráveis, porque po

Superdicas para escrever bem, de Edna M. Barian Perrotti

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A Saraiva lançou a Série Superdicas, com vários livretos escritos por especialistas nas mais variadas áreas e que trazem, bem... superdicas! para vários aspectos da vida profissional e acadêmica atuais. Eis alguns dos temas abordados: Superdicas para falar bem em convesas e apresentações (Reinaldo Polito) Superdicas para viver bem e ser mais feliz (Flávio Gikovate) Superdicas para escrever bem diferentes tipos de textos (Edna M. Barian Perrotti) Superdicas para se tornar um verdadeiro líder (Paulo Gaudencio) Superdicas para motivar sua vida e vencer desafios (Césãr Romão) Superdicas para vender e negociar bem (Carlos alberto Júlio) Superdicas para ser um profissional vencedor (Luiz Marins) Superdicas para empreender seu próprio negócio (Ruy Leal) Super tips on speaking well in talks and presentations (Reinaldo Polito) Superconsejos para hablar bien en charlas y presentaciones (Reinaldo Polito) Os livros custam menos de R$10,00 e recentemente adquiri o Superdicas para escrever

Livros com Frete Grátis

Você estava esperando alguma promoção de frete "na faixa" para comprar aquela carrada de livros que deseja ler, ou para a faculdade? Pois o Submarino está com a promoção "Frete Grátis para todo o Brasil" e sem limite de valor mínimo de compra. Mesmo que vc compre um livro de dez reais, ele chegará até você por dez reais. Eu já fiz a minha comprinha, e você, vai deixar passar?

Minha estréia no OPS! - O Pensador Selvagem

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A partir de hoje, começo a escrever artigos quinzenais sobre literatura, com exclusividade para o portal OPS! - O Pensador Selvagem . Por isso, se quiserem ver o meu esforço em produzir algo de qualidade (superior ao que escrevo aqui), cliquem no linque, leiam o artigo de inauguração A Arte de Não Ler e se sobrar um tempinho, comentem. Vejam a breve descrição da minha coluna, batizada com o título Palavras Mal Ditas : Falar sobre literatura é fácil. Seja na escola, na internet ou no boteco. Mas antes, precisamos gostar dela, pois falamos daquilo que prezamos. Esta coluna não tem pretensões de fazer alguém gostar de literatura. Mas, talvez, fazer com que aqueles que já gostam, tenham mais lenha para a sua fogueira mental. E, como a família das Musas aumenta a cada dia, a relação entre a literatura e as outras mídias – cinema, música, internet etc. – serão constantes aqui. Espero que aproveitem a paisagem, pois eu serei apenas um guia nesta viagem.

Entrevista: ANTÔNIO LOBO ANTUNES

Vídeo promocional do último romance de Antônio Lobo Antunes, O arquipélago da insônia . Na entrevista, o escritor português fala diversas coisas sobre escrita e literatura. Dica do blogue Mundo de K .

A FÃ

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Minha contribuição para o Duelo de Escritores da semana. O tema, que foi escolhido por um louco lá, foi " Revele as técnicas de escrita que você usa, mas de uma forma original ". Tentei escrever algo que não soasse didático demais, e confesso que me inspirei em um trecho de A Morte em Veneza de Thomas Mann. Desta vez, convidei muita gente para participar, então vamos ver quem topa a brincadeira. Vale sempre relembrar que "esta é uma obra de ficção e qualquer semelhança de nomes e situações com a realidade é mera coincidência". Divirtam-se. A FÃ Querido Roberto Alfer, Em primeiro lugar, gostaria de esclarecer que sou sua fã desde o seu primeiro livro, e a cada nova publicação a minha admiração por você só fez crescer. Assim, chegou um ponto em que, tornou-se tamanho o sentimento que despertastes em mim que não pude mais me conter, tenho a absoluta certeza de que o meu desejo mais forte precisa ser compartilhado contigo: eu quero me casar com você. Sim, estou te ped

"Ontem à noite, enquanto eu dormia" de Antonio Machado

Ontem à noite, enquanto eu dormia (tradução de Jefferson Luiz Maleski) Ontem à noite, enquanto eu dormia, sonhei – maravilhosa ilusão! – que uma corrente jorrava em meu coração. Eu disse: por qual canal secreto, oh água, você vem a mim, água de uma vida nova que eu nunca bebera antes? Ontem à noite, enquanto eu dormia, sonhei – maravilhosa ilusão! – que havia uma colméia bem dentro do meu coração. E as abelhas douradas faziam favos brancos e mel doce das minhas velhas imperfeições. Ontem à noite, enquanto eu dormia, sonhei – maravilhosa ilusão! – que um sol ardente brilhava dentro do meu coração. Era ardente porque sentia calor como em uma fornalha, e sol porque brilhou e trouxe lágrimas aos meus olhos. Ontem à noite, enquanto eu dormia, sonhei – maravilhosa ilusão! – que era Deus quem eu tinha bem dentro do meu coração. Last night, as I was sleeping (tradução de Robert Bly) Last night, as I was sleeping, I dreamt – marvelous error!— that a spring was breaking out in my heart. I said:

%$HF76$$¨%4#%@_+L^}Çl

- Olá, eu queria comprar um IJUGyhgtF#*984%!$JkjZ36 . - Descupe senhora, mas todos os IJUGyhgtF#*984%!$JkjZ36 já foram vendidos. - Mas eu vi na tevê que os IJUGyhgtF#*984%!$JkjZ36 estariam em promoção o dia todo. E ainda são nove horas! - Sim, mas é que vieram muitos clientes, mais cedo, e compraram todos os IJUGyhgtF#*984%!$JkjZ36 . Serve um *&¨ghDy5TjYT9iU:{Ç no lugar? Também está em promoção. - Mas isso é uma %$HF76$$¨%4#%@_+L^}Çl !!! - Não entendi. É um produto diferente? - Não, só estou xingando o preço.

Duelo de Escritores

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É, acabei levando a Rodada Especial de Aniversário (1 ano) do blogue Duelo de Escritores , graças a 8 votitos, que agradeço de coração. O blogue Duelo de Escritores apresenta uma proposta interessante: a cada dez dias, cinco duelistas de Santa Catarina escrevem sobre um tema e abrem a votação entre si e para o público. O ganhador leva o prêmio de poder escolher o próximo tema. Na Rodada Especial, quem duelou foram os leitores, com textos sobre o tema "Um Ano". Eu concorri com o meu Bodas de Papel . Depois disso, acho até que vou transformar o conto em livro, o que me dizem? Ah, para que vocês vejam o nível dos concorrentes, dêem uma olhada no que escreveram o Leo Molleri e a Daisy . 1 abraço. Seguem alguns comentários extraídos do blogue sobre o texto vencedor. NO TEXTO Anônimo disse... Vou só opinar, até porque esta semana quem vota, pelo que entendi são somente os colaboradores do blogue. Queria dizer que gostei do texto (apesar de um pouco longo), mas ficou faltando o e

O Príncipe Maldito

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Era uma vez, um príncipe, amaldiçoado porque falava demais. Mas ele só falava demais porque ninguém o ensinou quando pequeno que as palavras poderiam trazer sérias conseqüências. No caso do príncipe tagarela, as palavras foram a sua maldição. Ele, literalmente, não era homem de meia palavra. Talvez fosse de meia tonelada de palavras. Sempre falava o que precisava falar. Mas também muita coisa que não precisava. Doesse a quem doesse, desde que nunca doesse nele. Falar muito tem disso, presta-se demasiada atenção às suas palavras e não se percebe a guerra que está se armando ao seu redor. Só quando é tarde demais. Se alguém era feio, assim que o conhecia, o príncipe dizia que ele era feio. E ele sabia todos os sinônimos para feio: horroroso, horrível, horrendo, disforme, sem beleza, de aparência desagradável, desproporcionado, desprezível, nojento, vergonhoso, desventuroso, difícil de suportar, asqueroso, repugnante, repulsivo, revoltante, repelente, etc etc etc. E fazia o mesmo com quem

Sonhando Acordado "The Good Night" (2007)

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Se a sua música ou livro preferidos nunca acabassem, se as emoções causadas por eles continuassem infinitamente, quem não adoraria continuar dormindo? O cara que descobrir o sonho perpétuo será um deus para mim. O opcional de fábrica dos humanos é a solidão. Tristeza é uma garantia. Um homem deprimido encontra a mulher perfeita em seus sonhos. Ele passa a buscar um meio de manter este relacionamento o maior tempo possível. Com Penélope Cruz, Gwyneth Paltrow, Danny DeVito e Martin Freeman. Saiba mais em: Adorocinema.com , IMDB (nota 6.1) e Youtube .

Gênesis gramatical

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No princípio era o verbo. Depois, apareceram o sujeito e o predicado. Todo o resto, foi o Diabo quem inventou.

Michael Crichton (1942-2008)

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Morreu terça-feira passada (04/11/2008), com 66 anos, o escritor norte-americano Michael Crichton. Segundo o site CNN.com , ele tinha câncer. Os fãs de ficção científica conhecem bem o escritor, mas a grande maioria do público vibrou com as adaptações de seus livros para o cinema, como "Parque dos Dinossauros" (dirigido por Steven Spielberg) e "O 13º Guerreiro". Ele também foi o autor da série "ER - Plantão Médico". A escrita de Crichton sempre baseou-se em extensas pesquisas bibliográficas - no final de cada livro aparecem as referências - misturando detalhes técnicos, teorias científicas e muita ação. Crichton também escreveu roteiros de filmes famosos e dirigiu alguns. Michael Crichton nasceu em 1942 em Chicago e formou-se em Medicina. Em 1969 ganhou o Prêmio Edgar Allan Poe de Melhor Romance, sob o pseudônimo de Jeffrey Hudson. Segue uma lista dos seus principais livros (alguns adaptados para o cinema): O Enigma de Andrômeda (1969), virou filme em 19

A Luneta Âmbar, de Philip Pullman

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Aviso: esta resenha contém revelações sobre o enredo (spoilers). É quase um consenso que os episódios finais das grandes séries – em livros ou tevê – nunca agradarão a todos. Talvez até faça sentido afirmar que os que detestaram o final são em número igual ou superior aos que gostaram. Os seguidores (leitores ou telespectadores) mais exaltados culpam imediatamente os autores (escritores, roteiristas ou diretores), apontando-os como pessoas incapazes de chegarem a um desfecho à altura da série. Outros mais bondosos, até assumem certa parcela da culpa, admitindo terem criado grandes expectativas antes do final. E como diz um pensamento budista "grandes expectativas resultam em grandes frustrações". É claro que estas não passam de tentativas para explicar porque o final não agradou tanto quanto o começo, ou mesmo o meio, da história. É uma tentativa de justificar porque A Luneta Âmbar não me agradou, enquanto os dois volumes anteriores sim. O livro A Luneta Âmbar encerra a tri

Bodas de Papel

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Desafio de escrita proposto no Duelo de Escritores com a rodada especial de aniversário de um ano do blogue. E o tema não poderia ser outro: "Um Ano" . Desta vez há o duelo propriamente dito, pois estou concorrendo não só com a Daisy e a Jéssica , mas com todos os leitores do blogue que enviarem os textos para lá. Vai que dou sorte e ganho essa, hein? Quem gostar do texto, vai lá no Duelo e dá uma votadinha em mim. Eu podia estar matando, eu podia estar roubando, mas estou aqui, só pedindo um votinho! ;) ***Os créditos da foto são da Denise Arcoverde . Viu o homem entrando na loja e saiu voando para atendê-lo. Enquanto o cliente olhava as jóias na vitrine, o vendedor pousou suavemente ao seu lado. - Posso ajudar? - Procuro por um colar relicário. Vocês têm? - Temos sim. Me acompanhe, por favor. É para presente? - Sim, é o meu primeiro aniversário de casamento. Sou novo nessas coisas de presentes. Penso que se escolher algo que não esteja à altura da afeição que tenho pela m