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Mostrando postagens de setembro, 2007

Samuel Johnson

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A maior parte do tempo de um escritor é passado na leitura, para depois escrever; uma pessoa revira metade de uma biblioteca para fazer um só livro. A gratidão é um fruto de grande cultura, não se encontra entre gente vulgar. Samuel Johnson (1709-1784) foi escritor e crítico literário inglês.

O jogo

Seguindo as instruções do Luciano , participo do jogo e passo a bola pra frente. Eis a minha frase: Não podendo deitar-se por causa da desconformidade do ventre, que à vista mais parecia conter um gigante, reclinava-se nuns alforges da equipagem, buscando amparo para os martirizados rins. SARAMAGO, José. O Evangelho Segundo Jesus Cristo. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. Imaginem como é trabalhoso separar frases nas obras de Saramago. Quem já leu sabe do que estou falando. O trecho citado fala sobre a gravidez de Maria, mãe de Jesus. Como tinha dois livros por perto, peguei o de cima, senão a alternativa seria a Constituição Federal, hehe. Quem eu convido a continuar (coincidentemente?) são os últimos a comentarem aqui deixando o endereço de seus blogs: 1. Daisy 2. André 3. Plum 4. ©õllyß®y 5. Kovacs As regras do jogo são simples: 1. Peguem o livro que estiver mais próximo. 2. Abram na página 61 e copiem a 5ª frase completa. 3. Publiquem a frase no blog, não esquecendo de colar o

Sorte

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Entrevemos o que é sorte quando o Universo todo inexplicavelmente gira ao nosso redor. Contudo, é necessário que ele não gire também ao redor dos outros, pois o ordinário não é classificado como sorte. Logo, forçosamente a sorte é egoísta e maldosa porque necessita que apenas um tenha, seja e ganhe aquilo que a maioria não tem, não é e não ganha. Quem perceber o desequilíbrio que a sorte lhe traz poderá dividir os frutos obtidos e harmonizar a balança da sua existência, transfigurando algo nocivo em prol da humanidade. Jefferson Luiz Maleski

A Arte de Escrever com Arte, de José Carlos Leal

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José Carlos Leal é professor carioca graduado em Letras com mais de 40 livros publicados sobre variados temas, entre eles destacadamente os de cunho espírita e mitológico. Apesar do livro A arte de escrever com arte (seria uma referência ao A arte de escrever de Schopenhauer?) ter sido escrito por Leal, parece que ele não prestou atenção aos seus próprios conselhos ao escrevê-lo. O livro tem a pretensão de apresentar técnicas àqueles em que a falta de talento seria um empecilho à escrita: o estudo burila o talento e o ajuda a desabrochar e a se desenvolver. [...] uma pessoa que possua conhecimentos, mas não talento para escrever, se orientada convenientemente, tornar-se-á um escritor razoável à medida que se esforce. A idéia e a intenção do autor são louváveis, pena dizer que o resultado final seja algo tão ruim. O livro superou a todos os que eu lera em minha vida como sendo o que contém mais erros. E não é somente na gramática, mas na padronização, na lógica e na edição. Vale a pen

Quando Vier a Primavera, de Alberto Caieiro

Quando vier a Primavera, Se eu já estiver morto, As flores florirão da mesma maneira E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada. A realidade não precisa de mim. Sinto uma alegria enorme Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma Se soubesse que amanhã morria E a Primavera era depois de amanhã, Morreria contente, porque ela era depois de amanhã. Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo? Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo; E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse. Por isso, se morrer agora, morro contente, Porque tudo é real e tudo está certo. Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem. Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele. Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências. O que for, quando for, é que será o que é.

Mário Quintana

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Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro. Mário de Miranda Quintana (1906-1994) foi poeta, escritor e jornalista brasileiro.

Axioma sexual

Melhor é a abstinência do que sexo com a pessoa errada. Aquilo que começar errado dificilmente terminará certo, mas o que começar certo terá as estatísticas a seu favor. Jefferson Luiz Maleski

O Marroeiro, de Catulo da Paixão Cearense

Este marroeiro (moço) vai contar o seu caso a outro marroeiro velho, centenário, celibatário e tocador de viola, como ele. O “Velho Marroeiro”, novo poema em resposta a este, encontra-se no livro “Mata Iluminada”. Esta a razão por que o autor substituiu o vocativo — Sá dona — por — Marroeiro. É a primeira vez que este poema é publicado na integra, sob as vistas do autor. O MARROEIRO A Alberto Nunes Filho MARRUÊRO, eu sou marruêro!... Nacendo, cumo tinguí, fui ruim, cumo piranha, mais pió que sucuri. Pixúna daquelas banda, véve a gente a campiá!... Deus fez o hôme, marruêro, prá vivê sêmpe a lutá. Meu pae foi bixo timíve e eu fui timíve tombém! O pinto já sáe do ovo cum a pinta que o galo tem. Se meu pae foi marruêro, havéra de eu tá na tóca, a rapá no caitetú a massa da mandioca?! Bebedô de maduréba, pissuindo carne e caroço, eu nunca vi cabra macho que me fizesse sobroço! Nunca drumí uma noite imbaxo de tejupá!... Nascí prá vivê nas gróta, prá vivê nos môcôsá... prá drumi longe dos ra

Artes

A arte de agradar é a arte de enganar. Luc de Clapiers, Marquês de Vauvenargues, escritor francês do século XVIII.

Prêmios, disputas e outras manias virtuais

Para compensar a falta de meus posts durante este feriadão (ouvi alguém ae dizendo oba?), deixo pra vocês duas leituras interessantes: - A primeira é o Blog da Dai , onde acabo de ganhar o Prêmio da Primavera, depois de uma árdua disputa e quem sabe até com uma influência sutil de meu Tio Philomeno , ;) http://dai.lendo.org/ - A segunda é o site da CLB - Copa de Literatura Brasileira , no qual acaba de ser publicada minha singela contribuição como jurado do Jogo 2: http://copadeliteratura.com/oitavas/jogo2 1 abraço e 1 bom feriado a todos.

Navegue, de Silvana Duboc

Navegue, descubra tesouros, mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles é lá. Admire a lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra. Curta o sol, se deixe acariciar por ele, mas lembre-se que o seu calor é para todos. Sonhe com as estrelas, apenas sonhe, elas só podem brilhar no céu. Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte, ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde. Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só o seu. As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces. O sorriso! Esse você deve segurar, não deixe-o ir embora, agarre-o! Quem você ama? Guarde dentro de um porta-jóias, tranque, perca a chave! Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa. Não importa se a estação do ano muda, se o século vira, se o milênio é outro, se a idade aumenta; conserve a vontade de viver, não se chega à parte alguma sem ela, Abra todas as janelas que encontrar, e as portas também. Persiga

Ankor, o Discípulo; de Jorge Angel Livraga

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"Tudo passa, Ankor; tudo passa para de novo começar... As flores morrem, mas o perfume é sempre o mesmo, século após século..." Uma verdadeira viagem filosófica, mas não pelas conhecidas filosofias gregas, cristãs ou orientais. Antes, o autor aprofunda-se nos fragmentos existentes sobre os ensinamentos da civilização perdida de Atlântida, a qual desaparecera milhares de anos atrás e tenta reconstruir na mente do leitor como seria a experiência de viver na última ilha desse poderoso império, Poseidonis. Ao invés de escrever o livro com ensinamentos filosóficos alternando com o romance em si - como faz Jostein Gaarder em O Mundo de Sofia e em outros de seus livros - Livraga prefere incluir a filosofia em doses homeopáticas: a sabedoria aparece nas palavras dos mestres, nos diálogos entre os discípulos, nas dúvidas e reflexões do iniciado sobre a vida e a morte. O autor conta a estória do jovem príncipe Ankor, enviado para a ilha de Kuum, onde passa a receber ensinamentos atrav

Evolução

Hoje sou o dobro do que era no passado e a metade do que serei no futuro. Jefferson Luiz Maleski

O profeta das pequenas coisas

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" There's so many different worlds So many different suns And we have just one world But we live in different ones " Andava o maltrapilho em seu próprio ritmo inconstante, porém determinado, a revirar algumas latas de lixo. A cidade corria frenética e mecânica ao seu redor, como uma máquina do tempo acelerada rumo a um futuro frenético e mecânico. Mas ele não. Ele não tinha pressa alguma. Cuidadoso, sagaz, metódico, apanhava alguns restos dos sacos plásticos meio abertos, olhava, revirava, cheirava e depois comia. Algumas vezes comia sem cheirar. Outras, cheirava sem olhar. Quase sempre olhava sem comer. E assim, sobre o lixo, sobre sacos, sobre restos, sobre vida vivia. Orbitava dentro daquele universo de resquícios da existência alheia fétidos como ele, descartados como ele e indesejáveis como ele. Esboçou um sorriso embaixo da barba espessa e desgrenhada quando pensou que o lixo e ele foram importantes para alguém um dia. Talvez hoje fossem notados somente por Deus e p