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Mostrando postagens de fevereiro, 2007

O Caminho das Pedras, de Ryoki Inoue

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O sucesso é fruto de noventa e oito por cento de suor, um por cento de talento e um por cento de sorte. Esta é a fórmula não tão secreta ensinada por Ryoki Inoue neste "manual" feito sob medida para os futuros escritores de best-sellers . O histórico de Ryoki mostra que ele é altamente capacitado em se tratando do assunto livros. Escritor por escolha e profissão, figura atualmente no Guiness Book of Records como o recordista mundial em quantidade de livros escritos. Hoje (e somente hoje, pois amanhã essa informação poderá estar defasada), segundo o website www.ryoki.com.br , ele possui 1.075 livros publicados. Ele chegou a escrever 6 livros por mês e 128 páginas por dia. Passeou pelos gêneros de faroeste, policial, romance, biografia, entre outros. Possui livros publicados pelas várias editoras, como a Summus, Globo, Vertente, Monterrey etc. Com tamanha criatividade e desempenho, Ryoki resolveu compartilhar algumas dicas para aqueles que desejam se aventurar no mundo dos escr

Quando Nietzsche Chorou, de Irvin D. Yalom

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Li este livro por gostar (muito) de filosofia e por todo o barulho que a mídia fez em torno dele. Minhas expectativas quanto as questões filosóficas discutidas no transcorrer da trama foram satisfeitas, e o livro me colocou ansioso para ler as obras de Nietzsche. Quanto a história, essa deixou a desejar. Não que seja ruim, mas é um pouco monótona, com muitas descrições e prováveis interpretações de sonhos e conversas com no máximo três pessoas em um mesmo recinto. Você procura emoção ao estilo Dan Brown? Este livro não é para você. Agora, se você gosta de personagens históricos em que um pouco da personalidade é resgatada através das idéias e obras, ou se gosta de imaginar "como seria se tal coisa tivesse acontecido?", ficará satisfeito lendo Quando Nietzsche Chorou . A história é simples: a jovem Lou Salomé procura o doutor Josef Breuer - um dos pais da psicanálise - para que trate o ex-amigo dela, Nietzsche, sem que ele saiba. Para que isso ocorra, o doutor Breuer aplica

Sidarta, de Hermann Hesse

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Hermann Hesse pode ser considerado um dos poucos escritores a andar na contramão da maioria daqueles em sua época e país: era um ferrenho crítico do militarismo e do espírito de retaliação alemães do início do século XX. Tanto é que teve de exilar-se na Suíça por causa de suas opiniões. Os seus livros incluem filosofias tão diversas quanto as de Nietzsche e de Buda. Por isso foi alçado a símbolo ( beatinik e depois hippie ) na luta pela paz sempre que havia algum grande conflito armado, como a Primeira Grande Guerra e a Guerra do Vietnã. Ganhou em 1946 o prêmio Nobel de Literatura por sua postura e literatura pacifistas. O livro Sidarta , publicado em 1922 depois de uma viagem que o autor fez à Índia e se converteu ao budismo, manifesta a busca interior que todos nós fazemos ou deveríamos fazer. O personagem principal, Sidarta (não o Buda, Sidarta Gautama), é alguém que procura encontrar o real sentido de sua existência e para isso vive fases bastantes distintas em sua vida: primeiro

Frases

Blog é assim: a gente vai passeando pela net e pegando as boas idéias que encontra nas varandas dos vizinhos. Por isso, a partir de hoje estarei também postando frases diversas, sempre reflexivas e inteligentes. Capturei esta idéia do blog Máquina de Letras , do L. S. Alves, o qual também já incluí na minha lista de links literários. Eis a minha frase inaugural (que por sinal nem é minha, hehe): “Que o conhecimento não seja como o efêmero fogo que atrai os insetos noturnos à sua ruína, mas sim como o vetusto farol que guia os navegantes a um destino seguro.” (Giuseppe Cipolla, 1792-1809) Já ouvi de muitos que o conhecimento enfuna. Se for encarado como uma forma de ser superior ou de dominar os que estão a sua volta, concordo. Mas no meu caso, o conhecimento me deixa cada vez mais ciente de minhas limitações, de meus defeitos, do longo caminho que tenho que percorrer para me aprimorar como ser humano. É o sentimento que transmite uma outra frase (esta de minha autoria) que diz " Q

Como Atirar Vacas no Precipício, de Alzira Castilho

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Imagine uma existência prévia em um mundo de idéias antes da existência no mundo material. Desta forma, se pode concluir que tudo o que é visto agora já estava, de algum modo, em outro lugar aguardando para ser assim. Um dos ensinamentos mais importantes de Platão nos fala exatamente sobre isso. Mas, e se antes de pensar em termos de seres humanos, visualizasse isso ocorrendo com os livros? Sim, livros existindo em outras dimensões antes de aparecerem fisicamente em nossas mãos: ou na mente do escritor, ou em tradições orais repassadas por uma cultura, ou em um conjunto de idéias de vários pensadores, ou na biblioteca ou livraria antes de o adquirimos, ou até, mais recentemente, espalhados pela internet. Esta última faceta é justamente o que ocorre no livro Como Atirar Vacas no Precipício, de Alzira Castilho. Como organizadora, Alzira soube usar um olhar bastante perspicaz para transformar em livro um dos aspectos mais informativos existente na internet: aqueles e-mails que se costuma

O Show do Ano

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Finalmente tomei coragem e chamei Marisa para sair. Não é que eu já não tivesse chamado alguém para sair antes, mas é que com a Marisa era diferente. Era uma situação sensivelmente mais complicada, pois havia algo em mim que sempre barrava as minhas ações, como que me auto-examinando repetidas vezes em busca de prováveis falhas, para que nada de errado acontecesse. Afinal, tudo relacionado a Marisa deveria ser perfeito. Depois de dois meses de treinamento intensivo em frente ao espelho, de várias oportunidades de conversa perdidas por ela estar sempre acompanhada das amigas (é mais fácil recusar um convite quando se está em grupo), encontrei-a finalmente sozinha na lanchonete da cantina. No que viria a ser uma de minhas melhores atuações teatrais, precisa e exaustivamente ensaiada, a convenci que eu ganhara dois ingressos sorteados pela rádio para o show do ano, no qual todos queriam ir, e tive de conter uma explosão de alegria quando ouvi um inacreditável e divinal sim saindo de sua b

Humpf!

A pior tortura aplicada pelo chefe é mandar ir ao banco às três e meia da tarde de uma sexta-feira. É mil vezes pior que mandar fazer o café. É um milhão de vezes pior que mandar fazer hora extra no sábado. Enfim, é o pior castigo que existe no universo office-boy . Mas foi o que o chefe fez comigo. E justo depois de passar o dia todo me atazanando. - Marcinho, cadê os papéis que pedi pra você pegar pra mim? - Deixei na sua mesa, doutor Fonseca. - Marcinho, onde você tava agora a pouco? Procurei e não te achei em nenhum lugar. - Tava no banheiro, doutor Fonseca. - E você ficou os últimos quinze minutos lá? Por acaso você tá com dor de barriga, é? Marcinho, Marcinho, tô de olho em você, menino. - Sim, doutor Fonseca. - Você ainda está aí, Marcinho? Eu não te mandei ir ao banco? Cheguei ao banco em uma correria só. Para variar, a fila era um rio amazônico de pessoas. Desisti de contar quantos estavam na minha frente. Acima de trinta desanima pra caramba. Se ao menos tives