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Mostrando postagens de setembro, 2008

Não Sei, de Cora Coralina

Não sei... se a vida é curta... Não sei... Não sei... se a vida é curta ou longa demais para nós. Mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que sacia, amor que promove. E isso não é coisa de outro mundo: é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira e pura... enquanto durar.

FILME DO ANO: Jodhaa Akbar (2008)

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Certa vez, perguntaram aos anjos "O que é o Paraíso?", ao que eles responderam: "Todo coração onde o amor reside é o Paraíso". Depois perguntaram "O que é o Inferno?" e eles responderam "Um coração sem amor é o Inferno". Não importa o quanto brilhe, um espelho sempre terá um lado obscuro. Site oficial IMDB Wikipédia

Dois afegãos na esquina

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Em Cabul, dois homens observavam o movimento parados em uma esquina: - Por Osama! Olha só o tamanho daquela burca! E que gingado! Vem cá com o baba, vem bêibe! Você é a quarta nora que a minha mãe pediu a Alá! - Cara, essa é a MINHA esposa. - Pôxa, foi malz Samir, é que eu não a reconheci olhando por esse ângulo. Mas se fosse você tomava mais cuidado, uma mulher dessas não pode ficar dando sopa pela rua. Cresce o olho, Samir! É um tesouro, uma especiaria rara, algo que você, melhor do que ninguém, sabe o quanto vale. - Treze camelos, dois bodes e um iPod. - iPod? - É, a família dela é meio estranha. - É.

Mongol (2007)

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" Não despreze o filhote fraco. Ele pode se tornar um tigre feroz. " (Provérbio Mongol) Não importa quão longe o lobo vá, ele sempre retorna algum dia. Saiba mais: e-Pipoca e IMDB (inglês).

Tolocracia

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Ambrósio era um legítimo super-herói. Ganhava salário mínimo. Sustentava três filhos e a mãe doente. O pai falecera de infarto. A companheira fugira com o vizinho. O salário até que dava pra pagar as contas - as que venciam até o dia 10, depois era apelar para a família, amigos, patrão e Deus. Mas Ambrósio era teimoso, teimava em viver mesmo que não fosse a vida que queria. Aceitava resignado donativos, roupas velhas, restos de feira e bolsa-família. Melhor humilhado que faminto, não é? A aposentadoria da velha mal dava para os remédios. Os garotos, muito novos ainda, tentavam ajudar passando o máximo de tempo possível na rua, e assim economizavam luz, água, comida e até aluguel. De vez em quando um aparecia com dinheiro ou todo machucado, ou ambos, e Ambrósio, como qualquer bom pai faria, não perguntava nada. Um dia, o patrão de Ambrósio o chamou para um particular. Seria o aumento que ele tanto sonhava? Não, não seria. Era a crise no Azbtzganistão, era a atual conjuntura econômica, e

As Diabólicas, de Boileau-Narcejac

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“Duas mulheres. Um homem. Uma combinação que pode ser fatal.” Os livros escritos em dupla resultam geralmente em algo, no mínimo, interessante de se analisar. Eu mesmo não me imagino escrevendo algo em parceria com outro escritor. Não que a idéia seja ruim, mas por ser necessário abrir mão de um pouco da sua individualidade e de se fazer concessões, nem sempre fáceis, ao parceiro de escrita. Talvez o escritor precise estar em um nível de evolução bastante avançado nos quesitos abnegação e humildade. Porque o escritor é um ser egoísta por natureza. O que escreve é a essência do seu ser, o “gêmeo desconhecido”, o filhinho querido e mimado, a plantinha nascida depois de meses de trabalho árduo na lavoura mental. O resultado final pode ser a cara cuspida e escarrada do escritor ou um pequeno Frankenstein, ou ambos, mas é seu e lhe trará orgulho ou vergonha não só pelo resto da sua existência, mas além dela. E assim, existem escritores em que a escrita em conjunto traz uma sinergia benéfica

A herança e a pontuação

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Um homem rico agonizava em seu leito de morte. Pressentindo que o fim estava próximo, pediu papel e caneta e escreveu: Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres. Mas morreu antes de fazer a pontuação. Para quem o falecido deixou a sua fortuna? Eram quatro concorrentes: 1. O sobrinho fez a seguinte pontuação: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres. 2. A irmã chegou em seguida e pontuou assim: Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres. 3. O padeiro pediu cópia do original e puxou a brasa pra sardinha dele: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres. 4. Aí chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou a

Aqueles que não sentem este amor, de Rumi

Jalaluddin Rumi (1207-1273) - ou Mawlānā Jalāl-ad-Dīn Muhammad Rūmī - nasceu no Afeganistão e foi filósofo, místico e poeta islâmico do século XIII. Os seus livros mais famosos são Masnavi , Rubai-yat e Divan de Tabriz , onde Rumi prega o amor e a união universais. Conheça aqui um dos poucos livros com poemas de Rumi traduzidos para o português. Aqueles que não sentem este amor Aqueles que não sentem este Amor, Puxando-os como um rio, aqueles que não bebem o amanhecer como um copo de água pura ou recebem o entardecer como almoço, aqueles que não querem mudar, Deixem eles dormirem. Este Amor é além do estudo da teologia, aquela velha enganação e hipocrisia. Se você quer melhorar sua mente daquela forma, Continue dormindo. Eu deixei o meu cérebro. Eu rasguei minha roupa em pedaços e joguei-a fora. Se você não está completamente nu, então se enrole num lindo roupão de palavras E durma.

O Bigode, de Emmanuel Carrère

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"O mais inteligente é quem pára primeiro." (pg. 30) Existem um filme e um livro com o título O Bigode . O roteiro e direção do filme são do escritor do livro: Emmanuel Carrère, um jornalista e historiador francês - de 40 e poucos anos - que escreveu meia dúzia de livros e já está sendo considerado o substituto do checo Franz Kafka – autor de A Metamorfose e O Processo –, um escritor que influenciou fortemente a literatura moderna. Kafka tinha a capacidade de deixar o leitor com a impressão de estar dentro de um sonho, ou melhor, de um pesadelo, mostrando aspectos primitivos da psiquê humana em situações fantásticas. E Carrère escreve, roteiriza e dirige como um legítimo herdeiro de Kafka. No filme O Bigode ( La Moustache – França, 2005) o telespectador se vê frente a frente com um dos maiores problemas existenciais da humanidade: a história de Marc, um cara que raspa o bigode. Ok, talvez este não seja lá um grande problema existencial da humanidade. Não seria, se depoi

Compreendendo as mulheres (ou não) - Parte III

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O Cérebro de Berlim

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Biblioteca de Filologia da Universidade Livre de Berlim 6300 metros quadrados 800 mil livros 18,5 milhões de Euros Obra do arquiteto britânico Norman Foster Inaugurada em 14/09/2005 www.fu-berlin.de

Literatura gay para todos

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O maior problema dos escritores gays é que eles não são escritores. Longe de ser um problema exclusivo dos escritores homossexuais, é algo que atinge a todos os segmentos da literatura contemporânea. São pessoas que tentam usar a escrita para extravasar sentimentos reprimidos com histórias baseadas em passagens reais de suas vidas. Geralmente, de vidas medíocres. Ou também, no caso homossexual, são ativistas que levantam a bandeira gay tentando chocar o máximo de leitores focalizando descrições de relações sexuais, na maioria das vezes, vulgares. Mas existem pérolas no meio do lodo. São os que escrevem histórias em que o destaque não está na relação homoafetiva, apesar dela aparecer e ser importante para a trama. Estes escritores vêm conseguindo criar uma literatura universal, que agrada a todos independente da opção sexual e, ao mesmo tempo, divulgar sutil e artisticamente as suas preferências sexuais. Recentemente, Sarah Waters (1966-), novelista inglesa, lésbica, foi apontada pela r

Compreendendo as mulheres (ou não) - Parte II

- E daí o Cardoso teve a coragem de falar que não foi ele quem er... - Seu sem-vergonha! - O quê?!? - Eu vi a loira que acabou de passar. Não precisa disfarçar, eu sei que você quer olhar pra bunda dela e só não olhou porque estou aqui na sua frente. Mas pode olhar. Eu sei que você quer olhar. Vai, olha! - Ahn?!? Mas eu não vi nenhuma loira. - Claro que viu. Vocês homens são todos iguais: não agüentam ficar sem olhar uma bunda passar e ainda tentam fazer ar de santinhos. Deve estar suando frio aí se segurando pra não olhar. - Mas amor, é sério, não vi mesmo, mas se tivesse visto e olhado você teria brigado comigo! - Viu, como você é safado? Cafajeste! Vou embora, e não precisa me ligar hoje à noite, tá? Procure a sua amiguinha sirigaita loira se quiser sair pra jantar!

BBC Wild China (2008)

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Episódio 1 - Heart of the Dragon " Comemos qualquer coisa com pernas, exceto uma mesa; e qualquer coisa com asas, exceto um avião. " (ditado do sul da China) Se a China é a prova viva de algo, é que a vida selvagem é notavelmente capaz de se recuperar prontamente. Dando a ajuda certa, até mesmo as criaturas mais raras podem voltar da beira do precipício. Se nós mostrarmos o desejo, a natureza achará o caminho. Wild China é o novo documentário em seis episódios, produzido pela BBC sobre animais, costumes e lugares chineses desconhecidos ao resto do mundo. Saiba mais em: Site oficial , IMDB e Wikipédia (todos em inglês).

Fábulas, de Esopo

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Esopo: milênios de idade e ainda original, educativo e maravilhoso Tudo que se sabe sobre Esopo (620-560 a.C.) poderia ser considerado mais como lenda que história propriamente dita. A maior parte do que se conta sobre a sua vida é baseada em relatos de outros escritores antigos. Das versões sobre a vida de Esopo, uma delas conta que ele era um escravo grego liberto pelo último dono, Xanto, porque este ficou encantado com as fábulas que contava. Apesar de corcunda e gago, Esopo teria um grande dom para contar histórias. Talvez tenha adquirido tal dom depois de viajar pelo Egito, Babilônia e Oriente. Assim como Sócrates, não escreveu livro algum, mas as suas fábulas passaram a fazer parte da cultura oral grega. Em 325 a.C. foram reunidas por escrito por Demétrio de Falera, para a famosa Biblioteca de Alexandria. Fábulas são pequenas histórias que geralmente trazem animais, deuses ou homens em alguns conflitos em que podem se mostrar sábios ou tolos, bons ou maus e que trazem um ensiname