Dois tons opostos, mas nem tanto
- Amor, se eu te pedir uma coisa você promete mi dá? É sério.
- …
- Faz um filho seu ni mim?
Era só o que me faltava. Uma daquelas frases que fazem disparar o alarme na minha cabeça, com luzes vermelhas piscando, papel voando e gente correndo pra todos os lados. Ainda bem que ela usou a variação do 'antes'. A do durante seria 'amor, a minha menstruação tá atrasada'. A do depois nem preciso falar. Até me lembro de como fiquei perplexo quando ouvi essa proposta ridícula pela primeira vez. Agora já virou carta marcada, moda de quem ainda acha que filho segura homem. Mas vou dar corda, quero ver até aonde ela quer chegar.
- Por quê isso agora?
- É que gosto tanto de você... queria algo teu para lembrar de você sempre.
- Eu te dou uma foto.
- Não é isso, seu bobo. Vai me dizer que você nunca imaginou ver um galeguinho de olhos azuis com a sua cara correndo por aí?
Pensar pensei, mas não pra agora. E muito menos com você. Já tô até vendo a cena, eu chegando com um mulatinho lá em casa e mostrando pra dona Zuleica. Minha mãe ficaria sem falar comigo por pelo menos uma década. E eu pensando que tava com sorte, todo todo contando vantagens pros amigos. Mas sempre dá nisso, quando a gente acha que tá numa boa, que arrumou uma gostosa boa de cama pra comer sem compromisso nenhum além de tentar dar duas ou três na noite, ela tem que estragar todo o clima. Depois reclama que broxei cedo. Uma pena. Foi bom enquanto durou, mas vou ter que dispensar. Mas, peraí, quem sabe ainda consigo tirar isso da cabeça dela. Afinal, ela não é lá muito esperta.
- Só me conta como o teu marido reagiria tendo um filho mais claro que vocês dois?
- Já pensei nisso também. Apesar dele ser moreno, o pai dele é gringo branquelo quinem você. Nem ia desconfiar. Jogaria a culpa nos gens.
- Genes.
- Isso. E ele já tá me enchendo faz tempo pedindo um filho, iria ficar superfeliz. Rezistraria no nome dele e tudo. Você não precisaria esquentar a cabeça com nada. E se um dia eu me separar, não vou sair de mão abanando, posso pedir pensão do menino pra ele.
Ou pra mim, né. Tô entendendo tudo. Daí a safada larga o corno, ele pede de-ene-á e advinha quem vai ser o próximo na fila das pensões. É, não tem jeito, foi um imenso prazer te comer, baby, mas depois de hoje never more.
- Deixa eu pensar no assunto com calma por um tempo. Você continua tomando a pílula, né?
- Er... eu queria te contar isso também, parei tem uma semana.
- Caralho! E você me conta só agora, depois de tudo o que a gente fez aqui no motel?
- Eu tô contando agora. Mas se você quiser amanhã eu tomo a pílula do dia seguinte.
Vadia. Biscate. Não era uma versão do 'antes' que ela tava me empurrando e sim uma do 'já é'. Muito bonito. Eu fodendo ela e ela me fodendo. Desgraçada. Ainda bem que o que ela tem de boa ela tem de burra. Bem que eu tava desconfiado quando acordei hoje. Meu santo é forte. Bendita hora em que comecei a praticar aqueles exercícios tântricos com o períneo. Gozar sem ejacular. Depois de algumas semanas praticando hoje consegui me concentrar bem. Nem uma gota. Tudo guardadinho. Salve Brama! E ainda vou me dar bem. Quer apostar?
- Ok, morena, tudo bem, você venceu essa. Mas você vai ter que me recompensar. Pega aquele tubinho azul ali em cima do frigobar. Isso, o que tá escrito vaselina. Quero fazer aquilo que você nunca deixou até agora. E não vou aceitar um não como resposta. Se eu tô fazendo o que você quer o mínimo é você fazer o que eu quero também, não é justo?
E o bom é que nem vou precisar do exercício tântrico.
- …
- Faz um filho seu ni mim?
Era só o que me faltava. Uma daquelas frases que fazem disparar o alarme na minha cabeça, com luzes vermelhas piscando, papel voando e gente correndo pra todos os lados. Ainda bem que ela usou a variação do 'antes'. A do durante seria 'amor, a minha menstruação tá atrasada'. A do depois nem preciso falar. Até me lembro de como fiquei perplexo quando ouvi essa proposta ridícula pela primeira vez. Agora já virou carta marcada, moda de quem ainda acha que filho segura homem. Mas vou dar corda, quero ver até aonde ela quer chegar.
- Por quê isso agora?
- É que gosto tanto de você... queria algo teu para lembrar de você sempre.
- Eu te dou uma foto.
- Não é isso, seu bobo. Vai me dizer que você nunca imaginou ver um galeguinho de olhos azuis com a sua cara correndo por aí?
Pensar pensei, mas não pra agora. E muito menos com você. Já tô até vendo a cena, eu chegando com um mulatinho lá em casa e mostrando pra dona Zuleica. Minha mãe ficaria sem falar comigo por pelo menos uma década. E eu pensando que tava com sorte, todo todo contando vantagens pros amigos. Mas sempre dá nisso, quando a gente acha que tá numa boa, que arrumou uma gostosa boa de cama pra comer sem compromisso nenhum além de tentar dar duas ou três na noite, ela tem que estragar todo o clima. Depois reclama que broxei cedo. Uma pena. Foi bom enquanto durou, mas vou ter que dispensar. Mas, peraí, quem sabe ainda consigo tirar isso da cabeça dela. Afinal, ela não é lá muito esperta.
- Só me conta como o teu marido reagiria tendo um filho mais claro que vocês dois?
- Já pensei nisso também. Apesar dele ser moreno, o pai dele é gringo branquelo quinem você. Nem ia desconfiar. Jogaria a culpa nos gens.
- Genes.
- Isso. E ele já tá me enchendo faz tempo pedindo um filho, iria ficar superfeliz. Rezistraria no nome dele e tudo. Você não precisaria esquentar a cabeça com nada. E se um dia eu me separar, não vou sair de mão abanando, posso pedir pensão do menino pra ele.
Ou pra mim, né. Tô entendendo tudo. Daí a safada larga o corno, ele pede de-ene-á e advinha quem vai ser o próximo na fila das pensões. É, não tem jeito, foi um imenso prazer te comer, baby, mas depois de hoje never more.
- Deixa eu pensar no assunto com calma por um tempo. Você continua tomando a pílula, né?
- Er... eu queria te contar isso também, parei tem uma semana.
- Caralho! E você me conta só agora, depois de tudo o que a gente fez aqui no motel?
- Eu tô contando agora. Mas se você quiser amanhã eu tomo a pílula do dia seguinte.
Vadia. Biscate. Não era uma versão do 'antes' que ela tava me empurrando e sim uma do 'já é'. Muito bonito. Eu fodendo ela e ela me fodendo. Desgraçada. Ainda bem que o que ela tem de boa ela tem de burra. Bem que eu tava desconfiado quando acordei hoje. Meu santo é forte. Bendita hora em que comecei a praticar aqueles exercícios tântricos com o períneo. Gozar sem ejacular. Depois de algumas semanas praticando hoje consegui me concentrar bem. Nem uma gota. Tudo guardadinho. Salve Brama! E ainda vou me dar bem. Quer apostar?
- Ok, morena, tudo bem, você venceu essa. Mas você vai ter que me recompensar. Pega aquele tubinho azul ali em cima do frigobar. Isso, o que tá escrito vaselina. Quero fazer aquilo que você nunca deixou até agora. E não vou aceitar um não como resposta. Se eu tô fazendo o que você quer o mínimo é você fazer o que eu quero também, não é justo?
E o bom é que nem vou precisar do exercício tântrico.
Gostei de o narrador entregar o personagem racista que tentou entregar a mãe hehe. Muito legal.
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