O filho eterno, de Cristovão Tezza
Há duas maneiras de se ler um livro. A primeira é pelo conteúdo, aquilo que existe só entre as capas, não importando quem seja o autor ou o título da obra, onde o leitor simplesmente é levado pela história em si e pelo jeito como é contada. A outra maneira é usar e abusar do material extra livro, analisando, por exemplo, o contexto em que foi escrito, a vida e outras obras do escritor, as críticas, resenhas e prêmios conquistados, bem como as fontes de inspiração. Em O filho eterno , livro de Cristovão Tezza, pode-se chegar a duas conclusões, dependendo da leitura escolhida. Veja o porquê. Se você ler O filho eterno como um romance, deve ser porque verificou na catalogação do livro que ele aparece como “romance brasileiro” e, portanto, deve ser lido como um romance, uma ficção, mesmo que baseado em fatos reais. A ficção geralmente tem as pretensões de argumentar sobre pontos de vista comuns (ou incomuns), de educar, entreter, emocionar e fazer pensar. Mas o principal – e talvez vital ...