O monge e os cães

O velho monge assistia imóvel a cena.

Dois cães brigando pelo pedaço de pão. Um deles, o maior, levava alguma vantagem sobre o outro que, apesar de mais maltratado pela vida, era bom de briga. Latidos, grunhidos, uivos e rosnados acompanhavam a dança em que ora um estava por cima ora outro. O maior atacava o pescoço do outro que desviava sempre a tempo. O menor arreganhava os caninos e fazia muito mais barulho que o necessário. Em certo momento da batalha, ambos descuidaram-se do pão e um menino maltrapilho passou ligeiro e o levou consigo.

O cães pararam de brigar, sentaram-se e olharam um para o outro. E o monge apenas sorriu.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Expressões lá do Goiás (II): Cara lerda

Oração da Serenidade, de Reinhold Niebuhr

Coleção Grandes Escritores da Atualidade, da Planeta DeAgostini