Sujeito Inexistente
Bem-vindo à Yotta, a única cidade em todo o planeta cinza. Não pense, com esta afirmativa, que ela é um pequeno ponto perdido em meio a uma vasta região inóspita. Pelo contrário, a cidade de Yotta ocupa toda a superfície sólida do planeta. Tanto é que o nome da cidade suplantou o antigo nome do planeta e acabou ficando conhecida como Yotta, a cidade-planeta, ou o planeta-cidade. Yotta já nasceu grande, complexa, repleta de vida e dos problemas que a acompanham. Em tempos remotos, quando a palavra cidade ainda existia no plural, estas cresceram vertiginosamente e acabaram inevitavelmente unindo-se em metrópoles que, por sua vez, cresceram em megalópoles, depois em gigalópolis, teralópolis, petalópolis, exalópolis, zettalópolis, até, por fim, chegar-se a Yotta, a única yottalópolis, a mãe, descendente e assimiladora de todas as cidades. A primeira, única e última de seu gênero.
Houve épocas em que era possível, em qualquer parte da cidade, ver o sol nascendo sob os arranha-céus a leste e se pondo nos a oeste. Mas hoje, as constantes nuvens de fuligem, fumaça e outros gases produzidos artificialmente impossibilitaram a continuidade do espetáculo relegando-o ao passado. As tempestades de chuva ácida e a exposição direta a atmosfera corrosiva com os gases tóxicos liberados pelos continentais depósitos de lixo e os mortíferos raios ultravioletas UV-J seriam outro problema a um observador desprotegido. É por isso que as ruas de Yotta passaram a ser subterrâneas, porém não menos perigosas. A disputa do espaço com os esgotos industriais e rios poluídos canalizados transformou os túneis em verdadeiras armadilhas, não raro sofrendo inundações e/ou explosões.
O planeta, antes acostumado a ser corpo celeste sem luz própria mais brilhante do universo, não possui mais a glória de outrora. Os mares invadiram grande parte dos superbairros litorâneos. Em outras localidades, terremotos e deslizamentos abriram enormes crateras e soterraram muitas construções. Os vulcões, tsunamis e furacões fizeram a sua parte no lento processo de desconstrução de Yotta. Nos polos da cidade, o inverno rigoroso congelou todo material que encontrou pela frente. Mesmo o ferro tornou-se quebradiço sob o frio extremo. Nos trópicos, o calor excessivo causava combustão instantânea ou o derretimento mesmo de produtos não inflamáveis. As tempestades de areia encobriram muitos setores sob as dunas.
A cidade deixa-se apagar lentamente, conivente, observando a sua última modificação, caminhando ao derradeiro descanso. Afinal, cumprira plenamente o seu papel como cidade. Hoje, totalmente desabitada, serve apenas de lembrança da raça extinta que nela habitou, os seres humanos. Na superfície, nos túneis, nos abrigos e nas imensas construções, somente os ossos e as cinzas deles ecoam como espectadores do lento ato final da grande cidade-fantasma de Yotta.
Houve épocas em que era possível, em qualquer parte da cidade, ver o sol nascendo sob os arranha-céus a leste e se pondo nos a oeste. Mas hoje, as constantes nuvens de fuligem, fumaça e outros gases produzidos artificialmente impossibilitaram a continuidade do espetáculo relegando-o ao passado. As tempestades de chuva ácida e a exposição direta a atmosfera corrosiva com os gases tóxicos liberados pelos continentais depósitos de lixo e os mortíferos raios ultravioletas UV-J seriam outro problema a um observador desprotegido. É por isso que as ruas de Yotta passaram a ser subterrâneas, porém não menos perigosas. A disputa do espaço com os esgotos industriais e rios poluídos canalizados transformou os túneis em verdadeiras armadilhas, não raro sofrendo inundações e/ou explosões.
O planeta, antes acostumado a ser corpo celeste sem luz própria mais brilhante do universo, não possui mais a glória de outrora. Os mares invadiram grande parte dos superbairros litorâneos. Em outras localidades, terremotos e deslizamentos abriram enormes crateras e soterraram muitas construções. Os vulcões, tsunamis e furacões fizeram a sua parte no lento processo de desconstrução de Yotta. Nos polos da cidade, o inverno rigoroso congelou todo material que encontrou pela frente. Mesmo o ferro tornou-se quebradiço sob o frio extremo. Nos trópicos, o calor excessivo causava combustão instantânea ou o derretimento mesmo de produtos não inflamáveis. As tempestades de areia encobriram muitos setores sob as dunas.
A cidade deixa-se apagar lentamente, conivente, observando a sua última modificação, caminhando ao derradeiro descanso. Afinal, cumprira plenamente o seu papel como cidade. Hoje, totalmente desabitada, serve apenas de lembrança da raça extinta que nela habitou, os seres humanos. Na superfície, nos túneis, nos abrigos e nas imensas construções, somente os ossos e as cinzas deles ecoam como espectadores do lento ato final da grande cidade-fantasma de Yotta.
Gostei do conto. Sintético e gostoso de ser lido.
ResponderExcluirluciano, é +1 escrito pro duelo, q postei antes aqui p ir revisando até postar lá. descobri q postar na internet é mto bom p encontar erros ocultos, hehehehe.
ResponderExcluirJeff, por eu fazer o que gosto, e por te elogiar, o Guto fechou a porta em meu braço... Mas não impediu de te elogiar pelo genial conto!!! PARABÉNS!
ResponderExcluirJeff, quero agradecer por ter retirado minhas coisas de lá, mas acho que você se esqueceu dete comentário aqui. Nada pessoal eu quero mais postar na net, e este comentário o é me expõe. De mais a mais nem li o texto direito ainda, inclusive acabei de lê-lo agora, então, como este comentário nada tem a ver (faz parte de tudo que rolou no duelo), peço que mantenha sua digna postura, e retite este também. Se não se importar continuarei a ler e comentar seus textos, mas apenas no plano profissional, não por hora, mais pra frente, pois estou resolvendo coisas muito sérias por aqui. Me desculpo pelo ocorrido, e espero que o duelo e tudo o mais continuem bem, ainda que eu provavelmente pare de ler na net. Obrigada.
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