Ankor, o Discípulo; de Jorge Angel Livraga
"Tudo passa, Ankor; tudo passa para de novo começar... As flores morrem, mas o perfume é sempre o mesmo, século após século..."
Uma verdadeira viagem filosófica, mas não pelas conhecidas filosofias gregas, cristãs ou orientais. Antes, o autor aprofunda-se nos fragmentos existentes sobre os ensinamentos da civilização perdida de Atlântida, a qual desaparecera milhares de anos atrás e tenta reconstruir na mente do leitor como seria a experiência de viver na última ilha desse poderoso império, Poseidonis. Ao invés de escrever o livro com ensinamentos filosóficos alternando com o romance em si - como faz Jostein Gaarder em O Mundo de Sofia e em outros de seus livros - Livraga prefere incluir a filosofia em doses homeopáticas: a sabedoria aparece nas palavras dos mestres, nos diálogos entre os discípulos, nas dúvidas e reflexões do iniciado sobre a vida e a morte.
O autor conta a estória do jovem príncipe Ankor, enviado para a ilha de Kuum, onde passa a receber ensinamentos através de provas dos mais variados tipos e graus de dificuldade: em uma delas tem de enfrentar de mãos limpas um tigre, em outra viver isolado de tudo e de todos em voto de silêncio: "não devemos fazer nem falar quando nos agrada, mas só quando é necessário". Todas essas provas pelas quais Ankor passa servem para moldar o seu espírito de "jovem Serpente Solar" para o que há de vir: um cataclisma eminente à toda a sua raça. Em tal jornada é auxiliado pelo mestre Sarhimar. O livro não não traz filosofia barata nem conselhos obsoletos: todos eles podem ser e são úteis em nossas inquietações cotidianas.
Os atlantes - segundo nos informa Livraga - pagaram o preço por serem egoístas demais e não respeitarem a natureza. Evoluíram em uma tecnologia poderosíssima, mas não souberam utilizá-la de forma consciente. Uma mensagem bastante oportuna em vista dos acontecimentos atuais. Não estaríamos nós agindo de maneira egoísta destruindo o planeta que permite a nossa existência? "Os homens lêem as páginas do destino e, ao lê-las, tentam impedir que sejam escritas. Como poderia ser isso? Só é possível deixar de escrevê-las se depois não as quisermos ler."
O livro mostra que o universo é cíclico e assim como tudo possui um início, uma criação, também está sujeito a um fim, uma destruição. Como diziam os antigos egípcios: "A morte vem através da vida, e a vida através da morte." Esta é a noção exata da mensagem que Ankor, o Discípulo quer nos passar: a nossa vida é breve, por isso deve ser aproveitada da melhor forma possível, sem nos preocuparmos com mesquinharias, com um materialismo exarcebado e com a satisfação de desejos egoístas. O mais importante para o homem é a sua essência, o seu ser imortal: "o tempo é uma apreciação psicológica; vive intensa e serenamente, sem afastar a atenção do objectivo, e muito poucas viagens bastarão para o que sonhas... mas sonha como coisa certa; não desejes emocionalmente, pois neste caso cada hora parecer-te-á uma eternidade".
Jorge Angel Livraga nasceu na argentina em 1930 e foi o fundador da Nova Acrópole, movimento filosófico e humanista que conta com mais de 10.000 membros em 50 países. Ganhou o Prêmio Nacional de Poesia (em 1951 na Argentina) e a medalha de Paris em Artes, Ciências e Letras (em 1974 pela Academia Francesa). Morreu em 1991, deixando vários livros, cartas, palestras e conferências, hoje editados e distribuídos mundialmente.
leitura em: Agosto 2007
título: Ankor, o Discípulo: A Aventura de um Jovem Príncipe nos Mistérios da Atlântida, de Jorge Angel Livraga
detalhes: edição portuguesa traduzida do espanhol Ankor, el Discípulo
edição: 1ª, Edições Nova Acrópole (1995), 213 pgs
Uma verdadeira viagem filosófica, mas não pelas conhecidas filosofias gregas, cristãs ou orientais. Antes, o autor aprofunda-se nos fragmentos existentes sobre os ensinamentos da civilização perdida de Atlântida, a qual desaparecera milhares de anos atrás e tenta reconstruir na mente do leitor como seria a experiência de viver na última ilha desse poderoso império, Poseidonis. Ao invés de escrever o livro com ensinamentos filosóficos alternando com o romance em si - como faz Jostein Gaarder em O Mundo de Sofia e em outros de seus livros - Livraga prefere incluir a filosofia em doses homeopáticas: a sabedoria aparece nas palavras dos mestres, nos diálogos entre os discípulos, nas dúvidas e reflexões do iniciado sobre a vida e a morte.
O autor conta a estória do jovem príncipe Ankor, enviado para a ilha de Kuum, onde passa a receber ensinamentos através de provas dos mais variados tipos e graus de dificuldade: em uma delas tem de enfrentar de mãos limpas um tigre, em outra viver isolado de tudo e de todos em voto de silêncio: "não devemos fazer nem falar quando nos agrada, mas só quando é necessário". Todas essas provas pelas quais Ankor passa servem para moldar o seu espírito de "jovem Serpente Solar" para o que há de vir: um cataclisma eminente à toda a sua raça. Em tal jornada é auxiliado pelo mestre Sarhimar. O livro não não traz filosofia barata nem conselhos obsoletos: todos eles podem ser e são úteis em nossas inquietações cotidianas.
Os atlantes - segundo nos informa Livraga - pagaram o preço por serem egoístas demais e não respeitarem a natureza. Evoluíram em uma tecnologia poderosíssima, mas não souberam utilizá-la de forma consciente. Uma mensagem bastante oportuna em vista dos acontecimentos atuais. Não estaríamos nós agindo de maneira egoísta destruindo o planeta que permite a nossa existência? "Os homens lêem as páginas do destino e, ao lê-las, tentam impedir que sejam escritas. Como poderia ser isso? Só é possível deixar de escrevê-las se depois não as quisermos ler."
O livro mostra que o universo é cíclico e assim como tudo possui um início, uma criação, também está sujeito a um fim, uma destruição. Como diziam os antigos egípcios: "A morte vem através da vida, e a vida através da morte." Esta é a noção exata da mensagem que Ankor, o Discípulo quer nos passar: a nossa vida é breve, por isso deve ser aproveitada da melhor forma possível, sem nos preocuparmos com mesquinharias, com um materialismo exarcebado e com a satisfação de desejos egoístas. O mais importante para o homem é a sua essência, o seu ser imortal: "o tempo é uma apreciação psicológica; vive intensa e serenamente, sem afastar a atenção do objectivo, e muito poucas viagens bastarão para o que sonhas... mas sonha como coisa certa; não desejes emocionalmente, pois neste caso cada hora parecer-te-á uma eternidade".
Jorge Angel Livraga nasceu na argentina em 1930 e foi o fundador da Nova Acrópole, movimento filosófico e humanista que conta com mais de 10.000 membros em 50 países. Ganhou o Prêmio Nacional de Poesia (em 1951 na Argentina) e a medalha de Paris em Artes, Ciências e Letras (em 1974 pela Academia Francesa). Morreu em 1991, deixando vários livros, cartas, palestras e conferências, hoje editados e distribuídos mundialmente.
leitura em: Agosto 2007
título: Ankor, o Discípulo: A Aventura de um Jovem Príncipe nos Mistérios da Atlântida, de Jorge Angel Livraga
detalhes: edição portuguesa traduzida do espanhol Ankor, el Discípulo
edição: 1ª, Edições Nova Acrópole (1995), 213 pgs
Oi, Jefferson!
ResponderExcluirAnkor é um livro que quem lê e entende não esquece jamais... profundo, verdadeiro e atemporal, como deve ser. Uma das marcas de pegadas de um GIGANTE. E que vida a de um GIGANTE... Leia o próximo passo, é em plena Idade Média - ao lado de Giordano Bruno.
Abraços,
Marcela
Oi, Jefferson, tudo certo?
ResponderExcluirDesculpe a invasão, mas vi que você se interessa por literatura e achei que pudesse gostar do blog que estou fazendo no site da Bienal do Livro. O endereço é www.bienaldolivro.com.br/blog e por ora estou promovendo entrevistinhas com autores e participantes do evento, além de posts com dicas de debates e de como melhor curtir a Bienal. Quando tudo começar, em 13 de setembro, o blog vira um espaço de cobertura online em tempo real. Espero que te interesse.
Um abraço,
Guto
Não conheço, mas vou aproveitar esta bela dica, para ler...
ResponderExcluirDoce beijo
Realmente Ankor é um livro do qual só se percebe o verdadeiro valor quando se lê com atenção; como você disse, seus ensinamentos são úteis em nossas vidas, assim como na verdade qualquer ensinamento verdadeiramente filosófico deveria ser.
ResponderExcluirAlém de tudo é tão rico em detalhes que um "leitor viajante" consegue se sentir realmente nos lugares descritos, aprendendo e convivendo com as pessoas e mudando um pouco a forma materialista de pensar, querendo ser sempre melhor, estando a cada dia um pouquinho mais próximo de enxergar em si a serpente solar...
Boa leitura... um abraço.