Como me tornei estúpido, de Martin Page

Sinopse:
A ignorância é um dom para Antoine, personagem principal da sátira de Martin Page, Como me tornei estúpido. Caso extremo e bem-humorado de rebeldia contra uma sociedade que exige a estupidez como passaporte e oferece a massificação como recompensa, o livro do jovem autor francês chega às livrarias dia 14 de março e antecipa os lançamentos da editora Rocco para a XII Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. Martin Page é um dos autores com participação confirmada para o evento, que este ano homenageia a França. O lançamento faz parte do Safra XXI, selo lançado em 2004 pela editora Rocco com edição gráfica diferenciada e proposta ousada de lançar autores jovens e talentosos.

Decidido a parar de sofrer por causa de uma consciência que o impede de aceitar as injustiças do mundo, Antoine tenta sem sucesso virar alcoólatra, suicidar-se e até fazer uma cirurgia para retirar uma parte do cérebro. As tentativas frustradas do jovem protagonista são descritas com fina ironia e imagens nonsenses que beiram o surrealismo. Mas a redenção de Antoine vem com o emprego numa corretora de ações de um ex-colega de escola, que junto com o Felizac, antidepressivo receitado pelo seu médico boa-praça, são o antídoto perfeito contra a inteligência e a consciência crítica do rapaz.
Trechos do livro:

"...a inteligência é uma tara. Assim como os vivos sabem que vão morrer, e como os mortos não sabem de nada, penso que ser inteligente é pior que ser asno, porque o asno não se dá conta disso, ao passo que qualquer inteligente, ainda que humilde e modesto, o sabe forçosamente."

"Eu penso e repenso no que dizia Michael Herr, roteirista de Nascido para Matar, no seu magnífico livro sobre Kubrick: 'A estupidez das pessoas não deriva da sua falta de inteligência, mas da sua falta de coragem'."

"Diante da agonia da sua carteira, ele imaginara um hospital financeiro onde se poderia fazer transfusão para contas bancárias anêmicas."

"A vida é um animal que se alimenta de cheques e cartões de crédito."

"Não há maior dor que ser um anjo no inferno, um anjo cercado de diabos por todos os lados."

"É sempre a si mesma que a pessoa corrompe mais facilmente."

"Ela é feia, Antoine, sinto muito, mas é a verdade, ela parece um esqueleto. É um antídoto contra o Viagra."

Kirk Douglas disse: "Mostre-me uma mulher inteligente e lhe direi: 'Eis uma mulher sexy'."

"Não há inocentes no amor, há somente vítimas."

Madame de Stäel dizia: "No domínio dos sentimentos, não há necessidade de mentir para se dizer mentiras."

"A lua bronzeava-se ostensivamente na praia de areia negra do espaço."

Nietzsche dizia: "A inteligência é um cavalo louco, é preciso aprender a segurar suas rédeas, a alimentá-lo com boa aveia, a limpá-lo, e, às vezes, a usar o chicote."

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