Ilíada, de Homero


O coração dos mancebos costuma ser sempre volúvel;
mas quando um velho intervém, o passado e o futuro perscruta,
para que tudo decorra do modo melhor para todos.
(Canto III, 108-110)

As gerações dos mortais assemelham-se às folhas das árvores,
que, umas, os ventos atiram no solo, sem vida; outras, brotam
na primavera, de novo, por toda a floresta viçosa.
Desaparecem ou nascem os homens da mesma maneira.
(Canto VI, 146-149)

Apesar de angustiados,
é conveniente deixar que as tristezas no peito se aplaquem.
Nada o homem lucra em deixar-se invadir pelo gélido pranto.
Sempre viver em tristeza, eis a sorte que os deuses eternos
de descuidada existência aos mortais infelizes dotaram.
Sobre os umbrais do palácio de Zeus dois tonéis se acham postos,
de suas dádivas; um, só de males; de bens o outro cheio.
Se, misturando-os, Zeus grande, senhor dos trovões, as derrama,
quem os recebe ora goza, ora males por sorte lhe tocam;
mas o que deles recolhe somente infortúnios, escárnio
vivo se torna; em extrema miséria, na terra divina
é condenado a vagar, desprezado por homens e deuses.
(Canto XXIV, 522-533)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Expressões lá do Goiás (II): Cara lerda

Oração da Serenidade, de Reinhold Niebuhr

Destaques da 23ª semana de 2010