A volta ao mundo em 80 segundos
O teto era todo branco e refletia a minha imagem embaçada. O cheiro forte de anticépticos e flores eram de revoltar o estômago. Estou em um quarto totalmente desprovido de cores. No canto, um velho que combina com o ambiente, lê a Bíblia acomodado em uma poltrona.
É quando Jonas entra pela porta de repente e diz:
- Oh, minha querida! Acabei de falar com o médico e tenho boas notícias. A sua doença tem cura! Segundo ele você sofre de uma doença dos nervos, mas basta uma viagem para a Califórnia e você ficará curada! O sol, as praias, a vida jovem que pulula nas calçadas, tudo contribuirá para a sua melhora. Tenho certeza de que desta vez seremos felizes como nos filmes de Hollywood. Eu já comprei as passagens, embarcamos para lá depois de amanhã.
Olho para o velho que largou a leitura e agora me observa triste. Os olhos azuis por trás dos óculos de lentes grossas são de uma melancolia infinita. O silêncio daquele olhar me incomoda.
É quando Jonas entra pela porta de supetão e me diz:
- Oh, minha querida! Acabei de falar com o médico e tenho más notícias. A sua doença não tem cura! Segundo ele você sofre do coração e tem poucos dias de vida. Mas faremos aquela última viagem que você sempre sonhou para a Jamaica. Lá você vai poder satisfazer os seus últimos desejos, e eu estarei ao seu lado para torná-los realidade. Você se sentirá como uma rainha e eu serei o seu servo. Serão os melhores momentos de sua vida, eu garanto! Já comprei as passagens, embarcamos para lá amanhã de manhã.
O velho agora se levanta e caminha com seus passos de velho até a janela. Abre um pouco a veneziana deixando entrar um feixe de luz que brilha em meus olhos. Ele parece preocupado com algo. Mas não é aquela preocupação repetina, parece com aquelas com que alguém já está acostumado há tempos. Ele respira pesadamente.
É quando Jonas entra correndo pela porta e fala:
- Oh, minha querida! Acabei de falar com o médico e acho que tenho boas notícias. A sua doença pode ter cura! Segundo ele você tem uma doença rara no sangue mas pode sobreviver. Porém, a cura só existe no lugar mais exótico do mundo, Iraque! Antigamente lá era conhecido como Babilônia, e me parece que há um tipo de medicina local eficaz no tratamento do seu tipo de problema. Não importa se lá existe guerra, o que importa é que você ficará bem. Eu já comprei as passagens e nós vamos para lá hoje à noite!
O velho se aproxima de mim e arrasta uma cadeira próxima à minha cama. Senta-se com algum esforço. Pega a minha mão entre as suas enrugadas. Os seus olhos lacrimejam e os seus lábios tremem com o esforço de algo que quer me dizer.
- Oh, minha querida! Falei com o médico e não tenho notícias boas nem ruins. Segundo ele, a sua doença é totalmente desconhecida aqui no ocidente. Mas sempre poderemos ir para o Japão...
É quando Jonas entra pela porta de repente e diz:
- Oh, minha querida! Acabei de falar com o médico e tenho boas notícias. A sua doença tem cura! Segundo ele você sofre de uma doença dos nervos, mas basta uma viagem para a Califórnia e você ficará curada! O sol, as praias, a vida jovem que pulula nas calçadas, tudo contribuirá para a sua melhora. Tenho certeza de que desta vez seremos felizes como nos filmes de Hollywood. Eu já comprei as passagens, embarcamos para lá depois de amanhã.
Olho para o velho que largou a leitura e agora me observa triste. Os olhos azuis por trás dos óculos de lentes grossas são de uma melancolia infinita. O silêncio daquele olhar me incomoda.
É quando Jonas entra pela porta de supetão e me diz:
- Oh, minha querida! Acabei de falar com o médico e tenho más notícias. A sua doença não tem cura! Segundo ele você sofre do coração e tem poucos dias de vida. Mas faremos aquela última viagem que você sempre sonhou para a Jamaica. Lá você vai poder satisfazer os seus últimos desejos, e eu estarei ao seu lado para torná-los realidade. Você se sentirá como uma rainha e eu serei o seu servo. Serão os melhores momentos de sua vida, eu garanto! Já comprei as passagens, embarcamos para lá amanhã de manhã.
O velho agora se levanta e caminha com seus passos de velho até a janela. Abre um pouco a veneziana deixando entrar um feixe de luz que brilha em meus olhos. Ele parece preocupado com algo. Mas não é aquela preocupação repetina, parece com aquelas com que alguém já está acostumado há tempos. Ele respira pesadamente.
É quando Jonas entra correndo pela porta e fala:
- Oh, minha querida! Acabei de falar com o médico e acho que tenho boas notícias. A sua doença pode ter cura! Segundo ele você tem uma doença rara no sangue mas pode sobreviver. Porém, a cura só existe no lugar mais exótico do mundo, Iraque! Antigamente lá era conhecido como Babilônia, e me parece que há um tipo de medicina local eficaz no tratamento do seu tipo de problema. Não importa se lá existe guerra, o que importa é que você ficará bem. Eu já comprei as passagens e nós vamos para lá hoje à noite!
O velho se aproxima de mim e arrasta uma cadeira próxima à minha cama. Senta-se com algum esforço. Pega a minha mão entre as suas enrugadas. Os seus olhos lacrimejam e os seus lábios tremem com o esforço de algo que quer me dizer.
- Oh, minha querida! Falei com o médico e não tenho notícias boas nem ruins. Segundo ele, a sua doença é totalmente desconhecida aqui no ocidente. Mas sempre poderemos ir para o Japão...
Desafio de escrita proposto no site Duelo de Escritores de 01.10.2010, que tinha como tema a música Japan da banda Cocorosie.
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