Seja dona da sua vida, de Beth Wareham

Resenha enviada por uma amiga que não tem blogue.

Você já parou para pensar em quais são as circunstâncias nas quais você toma decisões e utiliza um “não” como resposta? Ou já reparou em quantas vezes você deixou de fazer algo que lhe faria sentir-se bem somente para agradar alguém?

Independente de sua posição social, estado civil, atividade profissional ou do cargo que ocupa na hierarquia de uma organização, seja você esposa, namorada, amiga, colega, cliente ou líder, aprender a dizer “não” é fundamental. Muitas pessoas dizem “sim” quando na verdade gostariam de dizer “não”, e isso acaba gerando problemas enormes, pois fazem concessões e aceitam situações que não gostariam de vivenciar.

A partir de histórias que acontecem em casa, no escritório, em um relacionamento amoroso ou familiar, na obra “Seja a Dona da Sua Vida”, Beth Wareham descreve de forma simples e ao mesmo tempo irreverente algumas situações em que as mulheres abrem mão de suas próprias vontades por medo de magoar ou desagradar. Apesar de escrever um texto direcionado especialmente ao público feminino, Wareham chega bem mais perto do que se imagina da realidade tanto do sexo feminino quanto do masculino. Ela mostra um “manual” para o emprego do “não” em nossa vida para evitar que o resultado das escolhas que fazemos seja desastroso.

No primeiro capítulo do livro, “A temporada dos sins”, Wareham faz alusão a um período, freqüentemente o primeiro quarto da vida, em que muitas pessoas acreditam que somente serão amadas e aceitas ou se manterão livres de conflitos se disserem sim para todos. Por várias vezes, aqueles que não sabem dizer “não”, acreditam que estão construindo uma imagem de “boa pessoa”, que não nega, não recusa, não deixa de atender a uma solicitação seja a que hora for. Acreditam que ao dizer sim para todos, serão bons servidores, bons amigos, bem vistos em tudo, deixando de lado muitas vezes suas legítimas necessidades ou o bem comum.

Por isso, é importante não confundir ser solícito e atencioso com ausência de decisão e opinião. Neste aspecto, a autora fala sobre a relação entre o medo de dizer não, que geralmente leva aos infindáveis sins, e o tempo precioso da vida que se perde fazendo-se coisas que na verdade não se queria. Ela escreve sobre como dizer não sem se sentir constrangida ou culpada segundos depois.

É fácil compreender. Wareham define de forma super simples e deixa claro que o “não” é extremamente necessário em nossa vida, não precisamos ter remorsos, fazer o bom uso desta palavra que ouvimos tanto, desde criança, é fundamental para vivermos bem e em harmonia. Por incrível que possa parecer, o “não” bem pontuado nos momentos corretos, se relaciona com pró-atividade e autoconhecimento. Ajuda qualquer pessoa a se tornar mais forte, mais clara, mais focada e atenta, sem contar que auxilia a evitar muitos problemas futuros.

O foco é dizer “não” com educação, sem hesitar, sem culpas, exercendo o direito de dar sua opinião, evidenciando seus limites, prioridades e obrigações. Dizer “não” de maneira correta pode realizar grandes mudanças em sua vida pessoal e profissional. Assim, você estará delimitando seu território, deixando todos saberem claramente o que você pode e o que não pode fazer e, sobretudo o que você quer e se dispõe a fazer.

No livro são apresentadas histórias de negociações feitas em um relacionamento com o namorado, no casamento, na família, no trabalho, com os amigos, na vida como um todo e até decisões relativas ao ser enquanto indivíduo dotado de impulsos, desejos e vontades. Em cada uma dessas histórias enfatiza-se que dizer “sim” para conquistar simpatia e apreço dos familiares, amigos e colegas de trabalho, pode literalmente significar grandes prejuízos para a carreira de uma pessoa e também para sua vida pessoal.

Se há alguma mensagem na obra de Beth Wareham, provavelmente é a que é preciso escolher com atitude o que gostaríamos de viver, sem indecisões, sem rodeios, sob o risco de a oportunidade passar. E isso implica em dizer não quando necessário, sem culpa. Por meio de suas histórias, ela desperta um sentimento de indignação, típico de quem percebe o quanto infindáveis sins em algum momento da vida acabaram comprometendo momentos únicos e importantes que não voltam mais. Desse processo, resta o aprendizado... para o restante, o poder de escolha e a atitude.
“No fim, aprender a dizer não tem a ver com crescer. Tem a ver com autoconhecimento e com autorespeito, duas mercadorias apreciadas e muitas vezes difíceis de conseguir”.
por Neusa Ravaroto

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