A Décima Segunda Noite, de Luis Fernando Verissimo
Novamente, LFV mostra que é muito criativo em seus romances. Mesmo A Décima Segunda Noite sendo inspirado na peça Noite de Reis , de Shakespeare, o escritor gaúcho soube dar o seu toque de humor e originalidade. Primeiro, ele brinca com o narrador impessoal, quando bota a história sendo contada por um papagaio. Depois, a trama à parte que serve de introdução e conclusão em cada um dos capítulos é muito boa, como se fosse uma história à parte. Também é perceptível os maneirismos que LFV coloca no narrador, assim como o fez no Clube dos Anjos: Gula . Aqui, o papagaio-narrador tem mania de citar escritores franceses e ingleses, de fazer digressões no meio da história, de falar frases em francês. Afinal, a história se passa em Paris, no salão de beleza IIIyria, onde o papagaio Henri presencia a confusão que ocorre nos doze dias entre o Natal e a Festa de Reis. Amores impossíveis, máfia italiana, troca de sexo, gêmeos idênticos, rebeldes foragidos da ditadura brasileira, homossexuais e con...