André achava tudo em Verônica perfeito: o bom humor, a disposição para festas e viagens, a predileção por beber tequila até ficar louca, a criatividade e agilidade no sexo, tudo nela, enfim, era perfeito. Exceto um detalhe, ela gostava de ler Nicholas Sparks. André aceitaria qualquer defeito, menos este. Ela poderia ser vegetariana, torcer para o Flamengo, não ser doadora de órgãos, vestir-se só de preto (ou de rosa), cuidar de treze gatos siameses em um apartamento minúsculo, poderia até traí-lo de vez em quando que ele entenderia e perdoaria sem pensar duas vezes. Mas ler Sparks estava além do aceitável. Afinal, todo homem tem o seu limite. André precisava fazer algo. Urgente. - Amor, posso te pedir um favor? - Sim, meu bebê. Qualquer coisa. - Me empresta um livro? - Ué, você tem tantos na sua casa, e eu só tenho alguns best-sellers. - É por isso mesmo, estou querendo variar as minhas leituras, ando meio travado nos autores russos. E isso não tá me fazendo bem. Preci...