Quando Antônio acordou, o sol abrasador ainda brilhava alto, transformando o rosto do rapaz numa mistura suada, cansada, intoxicada, mas com uma calma filosófica ilimitada. Piscou alguns minutos, não poucos, só para animar abrir os olhos. A sobra da baba dura no canto da boca, o vômito no chão, indicavam o total abuso do minibar do tio, localizado na sala próxima ao quarto. Na sala, não havia viva alma. As garrafas vazias jogadas no chão davam sinais da folia alcoólica ocorrida poucas horas atrás. Orgia? Briga? Tomara! Sozinho, vasculhou por pistas, algum fato ou situação imaginários, contudo nada achou. As portas do passado continuavam trancadas, obscuras, sigilosas. Não ajudavam nada a sua busca a contínua dor craniana, a indisposição do fígado, a fadiga fora do comum, o cansaço físico no corpo todo. O conjunto da obra não inspirava uma boa suposição dos fatos ocorridos. Haviam participado da farra Antônio, o primo, uma moça, ou duas, ou quatro, a amiga Káthia – Kathiaça – com as out...