"Transforma-se o amador na cousa amada, Por virtude do muito imaginar; Não tenho logo mais que desejar, Pois em mim tenho a parte desejada. " Camões Metódico. Perspicaz. Perfeccionista ao extremo. Brilhante. Assim era qualificado o doutor Sato pelos seus companheiros de profissão. Mas não somente por eles, pois a sua fama o precedia desde os dias de estudante, ainda na infância. O pai, médico japonês que migrara no período pós-guerra, era exigente em educar o pequeno Matsui Sato, que desde cedo se mostrou perfeito para a medicina, pois possuía a capacidade analítica de escolher o melhor e mais curto caminho até alcançar a perfeição, e aprimorar-se nele ao extremo. Sato refletiu, por exemplo, que para ser um médico melhor que o pai, não poderia deixar que as suas emoções o atrapalhassem, então decidiu eliminar qualquer vestígio delas de sua personalidade. Tornou-se um ser exclusivamente racional antes mesmo de começar a conviver em sociedade. Na escola, era sempre visto com de...