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Mostrando postagens de agosto, 2011

Poema de Sete Faces, de Carlos Drummond de Andrade

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Poema de Sete faces Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida. As casas espiam os homens que correm atrás de mulheres. A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos. O bonde passa cheio de pernas: pernas brancas pretas amarelas. Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. Porém meus olhos não perguntam nada. O homem atrás do bigode é sério, simples e forte. Quase não conversa. Tem poucos, raros amigos o homem atrás dos óculos e do -bigode, Meu Deus, por que me abandonaste se sabias que eu não era Deus se sabias que eu era fraco. Mundo mundo vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução. Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração. Eu não devia te dizer mas essa lua mas esse conhaque botam a gente comovido como o diabo. Do livro Alguma poesia (1930), de Carlos Drummond de Andrade.

Ilha da Magia

Eles vão ver, eles vão ver, era o que o homem repetia para si enquanto a chuva assolava violentamente o barraco pelo lado de fora. Depois de semanas de trabalho, finalmente estava pronto para dar o próximo passo. Demorara tempo demais para pensar em algo grandioso, mas valeu a pena. Um relâmpago iluminou a janela riscando o céu escuro. O homem pensou que faltava somente uma risada sinistra para completar o quadro. Um maluco metido a feiticeiro moderno já havia. Uma bomba caseira de destruição em larga escala, recém montada em cima da mesa, também. E, para finalizar, um plano totalmente insano: explodir o prédio do Fórum da Comarca de Florianópolis. Poderia justificar tal atrocidade como sua a vingança pessoal pela prisão injusta no final de 2010, como suspeito, acusado e culpado, ou somente como bode expiatório, da morte de um grã-fino que sequer sabia o nome. Ou ainda poderia dizer que fora por causa do circo jurídico que montaram para incriminá-lo. Ou por causa dos meses que sofreu

Jane Eyre (2011)

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Sinopse: Depois de morar na casa da tia, órfã é enviada para estudar em um internato. Quando se torna adulta, ela começa a trabalhar como governanta na casa de um homem misterioso e acaba se apaixonando por ele. Baseado no romance homônimo da escritora inglesa Charlotte Brontë e publicado em 1847. Apesar da adaptação recente (2006, BBC) em forma de minissérie para TV ter recebido boas críticas, gostei muito da fotografia e das excelentes atuações, principalmente da atriz australiana Mia Wasikowska, nesta mais nova adaptação do livro. O trailer abaixo não tem legendas, pois o único que encontrei legendado no Youtube não permitia visualizações externas. Trailer:

Jantar

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Papai canibal chega em casa e encontra o filho brincando com um boneco vodu.  - Filhão, trouxe este folheto para você escolher o nosso jantar de hoje.  - Ah, pai, carne mal passada de novo?

Uma imagem em 35 palavras

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Admirava a lua perfurando o manto negro da noite, admirava a silhueta feminina, hipnótica, provocativa, vindo em minha direção, tinha a certeza de que algo inusitado aconteceria entre nós quando ela olhou para mim e

Parábola pouco provável

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Plínio Pedrosa Pompeu, pequeno príncipe primogênito, proclamado previamente Pretor português, perdeu-se pequenino para pirataria, possivelmente procurando por proteção para peste pulmonar precipitava profligar Portugal. Pobre pequeno, privações profundas prevejo para Plínio, pensava Pompeu pai, porém padeceria piores pesares permanecendo português. Precipitou-se, porém, papai Pompeu, pois pequeno príncipe passaria para posteridade por perdido. Partiu Plínio, passaram-se primaveras. Posteriormente, perdido passado principesco, pouco pareceu-se pequeno Plínio por príncipe, progrediu para proclamar-se potente Pompeu Pancadão, poderoso pirata pagão. Promovia pancadarias, projetava pandemônios, praticava pérfida pirataria pelas praias. Percorreu perigosamente pelo Pacífico, passando por Panamá, Peru, Paraguai. Pilhou portos, prefeituras, palácios, povoados, pegando pertences, pedras preciosas, pinturas, papéis públicos, patrimônio palpável para permitir provisões para pirata permanece

O Quinto Império, de Fernando Pessoa

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